O negócio da década em Fintech: por que a Global Payments adquiriu a Worldpay por $24,25 bilhões
O negócio da década em Fintech: por que a Global Payments adquiriu a Worldpay por $24,25 bilhões
No início de 2025, o setor de pagamentos congelou: Pagamentos globais, um dos maiores processadores do mundo, anunciou a aquisição da Worldpay por $24,25 bilhões. Os analistas já estão chamando esse evento de “acordo da década”, comparando-o com o aumento do PayPal no início dos anos 2000 ou com o IPO da Adyen.
Por que esse acordo é tão importante? Vamos detalhar isso passo a passo.
📊 Contexto: O mundo à beira de uma revolução nos pagamentos
A fintech se transformou radicalmente na última década:
- Big Tech (Apple, Google, Amazon) estão fazendo pagamentos, transformando seus ecossistemas em carteiras.
- APMs (métodos alternativos de pagamento) estão ganhando poder: Pix no Brasil, UPI na Índia, M-Pesa na África — substituindo cartas.
- Reguladores (UE, Índia, China) estão lançando seus próprios esquemas — do Request-to-Pay aos CBDCs.
Nesse contexto, até gigantes como Visa e Mastercard são forçados a se adaptar. Para processadores como a Global Payments, a escolha é difícil: crescer por meio de aquisições ou perder gradualmente a relevância.
🏦 Os jogadores
Pagamentos globais — um provedor com sede nos EUA que processa transações em mais de 100 países. O volume anual ultrapassou 2 trilhões de dólares antes do acordo.
Worldpay — um nome familiar para comerciantes. Forte em comércio eletrônico, aquisição off-line e transfronteiriça. Processou cerca de 1,5 trilhão de dólares anualmente.
PEIXE — adquiriu a Worldpay em 2019 por um recorde de 43 bilhões de dólares. Em 2025, decidiu se desfazer, com foco em soluções de emissores.
GTCR — fundo de investimento, com participação na Worldpay. Retém 15% de participação na Global Payments após a transação.
💡 O acordo
- Pagamentos globais paga $24,25 bilhões pela Worldpay.
- PEIXE recebe $13,5 bilhões e sai das operações de aquisição de comerciantes.
- GTCR continua sendo um acionista minoritário com 15% na Global Payments.
Isso não é apenas uma aquisição — é uma troca de ativos em várias camadas onde cada jogador fortalece sua mão.
🔥 Por que este é o “negócio da década”
- Nasce um mega-processador
A entidade mesclada controlará mais de 3,5 trilhões de dólares em transações anuais, rivalizando com a Visa e a Mastercard em determinados segmentos. - Foco em comércio eletrônico e transfronteiriço
A força da Worldpay está no comércio on-line e nos pagamentos internacionais — essenciais em um mundo globalizado. - Resposta aos esquemas locais
Pix, UPI, Swish e dezenas de APMs estão consumindo o volume dos cartões. A empresa combinada pode integrá-los mais rapidamente, protegendo a retenção de comerciantes. - Defesa contra BigTech
O Apple Pay e o Google Pay estão crescendo mais rápido do que os processadores tradicionais. Este acordo é uma tentativa de se manter firme.
🌍 Implicações globais
Estados Unidos
A nova entidade se torna a principal concorrente da Fiserv e do PayPal na aquisição.
Europa
Provavelmente acelerará a consolidação: jogadores como Adyen e Nets podem ser forçados a se expandir mais rapidamente.
Mercados emergentes
O foco muda para a África, América Latina e Ásia, onde o crescimento do APM é explosivo.
⚖️ Riscos e desafios
- Escrutínio antitruste
Os reguladores dos EUA e da UE já sinalizaram preocupações sobre o domínio do mercado. - Integração do sistema
Combinar infraestruturas de TI é sempre trabalhoso — erros podem custar bilhões. - Competição BigTech
Mesmo 3,5 trilhões de dólares em volume processado não garantem segurança se a Apple e o Google dominarem os pagamentos móveis.
🔮 Perspectivas para 2030
- APMs alcançarão 60% do comércio eletrônico global.
- Pagamentos globais + Worldpay formará uma “terceira força” ao lado da Visa e da Mastercard.
- A batalha com a BigTech definirá a década.
- PSPs regionais ainda pode prosperar jogando a carta da flexibilidade.
O acordo Global Payments — Worldpay é mais do que apenas uma transação de fusões e aquisições. É um símbolo de uma nova era, onde a sobrevivência não depende de ser o mais inovador, mas de ser o maior.
A fintech não trata mais de startups em garagens. É sobre alianças globais decidirem quem paga, e como, para a próxima década.
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